Brasileiro se faz passar por enviado da ONU

A representação da ONU em Assunção --capital do Paraguai-- desautorizou nesta terça-feira um brasileiro que se faz passar como enviado do organismo do país para promover a candidatura do Nobel da Paz de um paraguaio.

"O senhor João Pedro do Nascimento não é funcionário nem está autorizado pela Nações Unidas a realizar uma missão de paz. Tampouco foi ganhador do Prêmio Nobel da Paz como assegurou", informou o escritório local da ONU em um comunicado.

Nascimento enganou Artemio Bracho, 87, fundador da Cruzada Mundial da Amizade, ao ter se passado como representante da ONU para iniciar uma "campanha" internacional de sua candidatura para o Nobel da Paz.

	Jorge Adorno-30.jul.2011/Reuters

	Artemio Bracho, 87, celebra no Paraguai o Dia Nacional da Amizade, idealizado por ele

A ONU adotou há alguns meses uma antiga ideia de Bracho, de promover o Dia Mundial da Amizade no mês de julho de cada ano.

Uma comissão de "reconhecimento de paraguaios notáveis" promove desde então a candidatura de Bracho.

Nascimento, que também se fez passar como bispo e havia se apresentado como ganhador do Nobel da Paz em 1988, protagonizou no final de semana passado um ato público com a presença de Bracho e com o prefeito de Assunção, Arnaldo Samaniego, para dar início à suposta campanha.

No ato, filmado e fotografado pelos meios de comunicação, o brasileiro apresentou uma boina azul --símbolo das forças de paz da ONU-- a Bracho e ao prefeito.

O impostor ganhou o título de "visitante ilustre" de Assunção.

A representação da ONU afirmou que Nascimento "não está autorizado a utilizar o logo da ONU" e que o assunto foi notificado ao Ministério das Relações Exteriores do Paraguai para que seja investigado.

A municipalidade retirou a nominação nesta terça-feira, mas o visitante "desapareceu do mapa", afirmou um porta-voz do município.