terça-feira, 22 de março de 2011

Dólar - Cédulas antigas são rejeitadas em alguns países

Casas de câmbio no Brasil orientam seus clientes que problema ocorre mais na Bolívia, Paraguai e Colômbia
Imagine que, na época áurea do dólar, alguém que guardava a moeda americana e se conservou assim, resolveu viajar, neste ano, para o exterior. Não é novidade para ninguém que o dinheiro dessa pessoa desvalorizou, mas a surpresa desagradável é que a cédula impressa naquela época, hoje, não é recebida no país que ela visite. Isso ocorre por desinformação ou puro medo de que as notas antigas sejam falsas, em especial, as emitidas antes de 1996.

Os comerciantes de alguns destinos turísticos vão além, e acabam lucrando com o problema. Eles preferem receber as cédulas da década de 1980 até meados de 1990 por um valor mais baixo do que ela realmente simboliza. A depreciação pode chegar até 20%, em alguns casos. Para evitar situações constrangedoras e até prejudiciais para o bolso como essas, as casas de câmbio do Brasil orientam os clientes e até revelam os destinos onde isso costuma ocorrer com mais frequência.

É o caso da Confidence Câmbio, que tem 117 lojas espalhadas pelo País, três delas no Estado do Ceará. "A gente orienta nosso clientes que deságio e o não recebimento ocorre. Eu tenho conhecimento disso na Bolívia, Paraguai e Colômbia", diz o diretor da região Nordeste, Artur Schutte, que acredita na imperícia e na falta de condições de identificar se a cédula é ou não verdadeira a maior causa da recusa do dólar antigo.

A principal diferença é o tamanho do rosto da figura impressa na nota. Nas mais recentes, chamadas de carudas, a imagem é bem maior. Já nas mais velhas, as pessoas temem uma probabilidade mais acentuada de haver falsificação.

São minoria
Segundo Artur, o problema não acontece com frequência. "São minoria. 99,99% das nossas compras e também das nossas vendas são de moedas novas. A gente compra e vende cédulas antigas, mas isso só quando o cliente vai para os Estados Unidos, onde não há risco do dólar ser rejeitado", conta.

Na opinião de Artur, muitas dessas cédulas não existem mais. "Estamos falando de notas com mais de 30 anos. As que sobraram já estão esfareladas, bem desgastadas. O que fazemos é identificar se elas são verdadeiras ou falsas. Mas não deixamos de aceitar as notas e de revendê-las", acrescenta.

É lei
Conforme o diretor de Operações de Câmbio do Grupo Fitta, Fabiano Rufato, a política da empresa é - primeiramente - identificar a veracidade do dinheiro. "Feito isso, é obrigação nossa, por lei receber e também vender essa cédula. Até porque ela vale a mesma coisa que uma nota mais nova", declara.

Fabiano também acha que o maior problema é a falta de informação nos pontos de venda localizados em alguns países. "Para o Banco Central americano não há restrições. Pode ser ´carinha´ ou ´carão´. É muito mais uma questão das pessoas, que não sabem diferenciar".

Deságio
20% é o percentual de depreciação que muitos comerciantes de alguns países costumam aplicar para aceitar o dólar emitido em uma série anterior ao ano de 1996.



ILO SANTIAGO JR.REPÓRTER - Diário do Nordeste





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