Escrivã acusada de corrupção em São Paulo foi despida e revistada por homens; delegados foram afastados
São Paulo. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo decidiu afastar da Corregedoria da Polícia Civil dois delegados suspeitos de abuso de autoridade na prisão de uma escrivã em 2009. A secretaria também vai reabrir a investigação contra eles. A decisão foi tomada, ontem, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo secretário Antonio Ferreira Pinto.
Em nota, a SSP afirma que foi determinado por Ferreira Pinto a instauração de processo administrativo disciplinar para apurar a responsabilidade dos delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves.
Também será investigada a conduta do delegado Emílio Antonio Pascoal, que na ocasião era titular da Divisão de Operação Policiais da Corregedoria.
O secretário paulista ainda afirmou que vai enviar ofício ao chefe do Ministério Público "manifestando perplexidade com o pedido de arquivamento do inquérito policial instaurado por abuso de autoridade pelo representante do Ministério Público oficiante à época junto ao juízo criminal da Vara Distrital de Parelheiros".
O caso
Imagens divulgadas no fim de semana pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio mostram que, durante a abordagem, os dois delegados tiraram a calça e as roupas íntimas da escrivã, que era investigada pelo crime de concussão (quando um servidor exige o pagamento de propina).
O caso aconteceu em junho de 2009, quando ela trabalhava no 25º DP, no bairro de Parelheiros (zona sul de São Paulo).
Ao longo dos 12 minutos do vídeo, a escrivã diz que os delegados poderiam revistá-la, mas que só retiraria a roupa para policiais femininas. Mas nenhuma investigadora da corregedoria foi até o local para acompanhar a operação.
Ao final, o delegado Eduardo Filho, uma policial militar e uma guarda civil algemam a escrivã, retiram a roupa dela e encontram quatro notas de R$ 50. A escrivã foi presa em flagrante e, após responder a processo interno, acabou sendo demitida pela Polícia Civil. No mês seguinte, seus advogados recorreram da decisão.
"Foi um excesso desnecessário. Ela só não queria passar pelo constrangimento de ficar nua na frente de homens", afirmou o advogado Fábio Guedes da Silveira.
O promotor Everton Zanella foi ouvido no inquérito que investigou os policiais e disse que a retirada da roupa foi uma consequência do transcorrer da operação. "Houve apenas um pouco de excesso na hora da retirada da calça da escrivã, todavia, em nenhum momento vislumbrei a intenção do delegado que comandava a operação de praticar qualquer ato contra a libido da escrivã", disse o promotor no inquérito, que pediu o arquivamento.
Alckmin afirmou que é grave o vazamento do vídeo da Corregedoria da Polícia Civil. "Como é que um documento interno da polícia acabou indo a exposição pública?", questionou o governador. "A policial foi demitida, porque era um caso de corrupção, e na Justiça não houve constatação de nenhuma anormalidade, até porque ela se recusa a ser revistada. Mas como eu acho que a gente deve ter cuidado nessas coisas, determinei à SSP que reveja o caso".
São Paulo. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo decidiu afastar da Corregedoria da Polícia Civil dois delegados suspeitos de abuso de autoridade na prisão de uma escrivã em 2009. A secretaria também vai reabrir a investigação contra eles. A decisão foi tomada, ontem, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo secretário Antonio Ferreira Pinto.
Em nota, a SSP afirma que foi determinado por Ferreira Pinto a instauração de processo administrativo disciplinar para apurar a responsabilidade dos delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves.
Também será investigada a conduta do delegado Emílio Antonio Pascoal, que na ocasião era titular da Divisão de Operação Policiais da Corregedoria.
O secretário paulista ainda afirmou que vai enviar ofício ao chefe do Ministério Público "manifestando perplexidade com o pedido de arquivamento do inquérito policial instaurado por abuso de autoridade pelo representante do Ministério Público oficiante à época junto ao juízo criminal da Vara Distrital de Parelheiros".
O caso
Imagens divulgadas no fim de semana pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio mostram que, durante a abordagem, os dois delegados tiraram a calça e as roupas íntimas da escrivã, que era investigada pelo crime de concussão (quando um servidor exige o pagamento de propina).
O caso aconteceu em junho de 2009, quando ela trabalhava no 25º DP, no bairro de Parelheiros (zona sul de São Paulo).
Ao longo dos 12 minutos do vídeo, a escrivã diz que os delegados poderiam revistá-la, mas que só retiraria a roupa para policiais femininas. Mas nenhuma investigadora da corregedoria foi até o local para acompanhar a operação.
Ao final, o delegado Eduardo Filho, uma policial militar e uma guarda civil algemam a escrivã, retiram a roupa dela e encontram quatro notas de R$ 50. A escrivã foi presa em flagrante e, após responder a processo interno, acabou sendo demitida pela Polícia Civil. No mês seguinte, seus advogados recorreram da decisão.
"Foi um excesso desnecessário. Ela só não queria passar pelo constrangimento de ficar nua na frente de homens", afirmou o advogado Fábio Guedes da Silveira.
O promotor Everton Zanella foi ouvido no inquérito que investigou os policiais e disse que a retirada da roupa foi uma consequência do transcorrer da operação. "Houve apenas um pouco de excesso na hora da retirada da calça da escrivã, todavia, em nenhum momento vislumbrei a intenção do delegado que comandava a operação de praticar qualquer ato contra a libido da escrivã", disse o promotor no inquérito, que pediu o arquivamento.
Alckmin afirmou que é grave o vazamento do vídeo da Corregedoria da Polícia Civil. "Como é que um documento interno da polícia acabou indo a exposição pública?", questionou o governador. "A policial foi demitida, porque era um caso de corrupção, e na Justiça não houve constatação de nenhuma anormalidade, até porque ela se recusa a ser revistada. Mas como eu acho que a gente deve ter cuidado nessas coisas, determinei à SSP que reveja o caso".
Publicado no Jornal Diario do Nordeste de 22 Fev de 2011.
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